quarta-feira, novembro 19, 2008

Escolhas e consequências

Fala pessoal,

Ontem estive numa formatura. É sempr bom estar em eventos como esses porque eles me lembram fatos interessantes e o mais legal que me veio a cabeça foi o das escolhas. Foi sobe isso que falei, sobre a importância de sabermos fazer boas escolhas.

Porque falo isso? Tudo na vida é escolher, ou melhor, saber escolher. Como sempre, lá vai uma das minhas histórias para tentar ilustrar o tema:

Estudei num internato. Quem me conheçe ou conhece a minha igreja sabe bem disso. IASP, 1991. Do alto de meus 16 anos cheguei um sábado a noite ao meu quarto e lá estavam um bom grupo de amigos. De cara a pergunta: Bora fugir hoje??? Vai inaugurar uma casa noturna em Campinas muito boa, bora??? Bom, no contexto aonde eu estava fugir era pecadão e ir a uma casa noturna era pecado digno de morte. ( pra registro, não vou a casas noturnas e não incentivo a ida a esses lugares. Acho que não são bons para nossa garotada. apenas minha opinião.) Como você pode imaginar, fui! Fui e me lasquei!

Na manhã seguinte ao chegar ao meu quarto, lá estava o diretor do colégio me esperando: Bonito, hein?! Tava ferrado. O cara olhou pra mim e disse: bom, vou ligar para todos os pais, mas como sou amigo de seu pai vou deixar que você ligue e conte a sua versão. Meu pai não estava em casa mas minha mãe sim. Outro detalhezinho... era dia das mães! Lá estou eu ao telefone todo cheio de dengo e carinho e mãezinha pra lá e mãezinha pra cá... quando começei a contar: olha, uns amigos me levaram e coisa e tal.... Minha mãe é demais! Ela com seu carregado sotaque castelhano me perguntou com carinho: filho, teu amigos te levaram?? Foi sim mãezinha.. foi sim! Ela continuou: Eles te amarraram? eles te forçaram? eles puseram um revolver na tua cabeça?? éééé bem... Então, continuou ela, eles não te levaram, você escolheu!!! Pow, na cara!!!

Resultado: Castigo de 72 horas de trabalho, suspensão de oito dias e perda de algumas boas regalias como jogar pelo time da escola. Eu escolhi. EScolha minha.

Assim é a vida. Todas nossas escolhas tem resultados, consequências. Pode ser que você hoje esteja vivendo algo doloroso que é simples resultado daquilo que você mesmo escolheu e hoje se arrepende muitíssimo de tudo. É duro, mas é assim mesmo. Não tem como mudar essa lei da quimica: toda ação gera uma reação! Maldito Newton!!!

O que fazer? bom, lá vai...

1- Admita que o que acontece é resultado direto de algo que você mesmo fez. Admitir é o primeiro passo para o perdão pessoal, interno.

2- Aprenda desse tropeço, dessa escolha. Tire o máximo de lições de tudo isso que você está vivendo.

3- Se alguem pisou na bola com você, dê uma nova chance a essa pessoa. Todos erram. É perdoando que somos perdoados. Lembre disso.

Bom, agora tenho que sair para um compromisso. Gostaria de ficar na cama mais um pouco. Se ficar, terei problemas. O que escolher?? É sempre assim. Vou embora. Escolhi chegar cedo. É isso ae.

Abraço

quinta-feira, novembro 06, 2008

Um simples detalhe

Fala pessoal,

O que pode arruinar uma vida? A pergunta fica mais dramática se feita de outro jeito: o que pode arruinar minha vida?

Lá vai outra das minhas histórias. Estava indo para a ilha do bananal de carro. Ir de carro não é pra qualquer carro. Tem que ser um jipe Toyota. Nada de chique. Um jipe duro e desconfortável, mas extremamente robusto. Agüenta de tudo, passa por tudo, supera tudo, vence tudo, derruba tudo e ....

Tudo ia bem. Saímos de Gurupi por volta das 11 da manhã. Tínhamos que chegar a margem do rio antes das 2 da tarde para encontrar o índio que seria nosso guia. A pouco mais de 30 km de Gurupi o carro começou a engasgar. Perdeu completamente a força. Fomos levando o carro para o acostamento da rodovia 153. O carro parou e lá fomos nós empurrar o jipe. Empurrar um jipe não é como empurrar um fusca. Éramos dois empurrando baixo um sol escaldante com carretas passando a toda velocidade ao nosso lado que jogavam pedrinhas pequenas nas nossas pernas. Chato demais.

Depois de algum tempo conseguimos encontrar um mecânico. Ele deu uma arrumada e conseguimos ligar o carro e levá-lo a uma mecânica. Pensei com meus botões: foi o motor que fundiu, foi o radiador que estourou, foi o carburador que deu pau (nem sei se isso tem carburador!!!), foi a repimboca da parafuseta, foi à cebolinha, a Magali, o cascão, sei lá! Tem que ser algo sério demais. Esse jipe é muito forte. Pra para um jipe desse só um furacão!

O mecânico olhou, olhou, olhou. Mexeu aqui e ali. Esticou e acelerou. Desligou e pediu pra ligar de novo. Voltou a apertar e apertar e finalmente disse: já sei o que é!!! Eureca!!!

Tirou um vidrinho que tinha um liquido dentro. Soltou um parafuso e tirou uma borrachinha do tamanho de uma moeda de 50 centavos. A borrachinha estava gasta, muito gasta mesmo. Havia uma deformação nela.

Com a borrachinha na mão ele disse: este é o problema. Sinceramente não acreditei. Uma borrachinha? Por causa de uma borrachinha um monstro de um jipe parou? Nem um rio, nem um areião, nem um lamaçal, nem a falta de uma pista para esse jipe e uma borrachinha sem vergonha o parou??

Assim é a vida. O que mais desgraça uma vida são detalhes. Coisinhas pequenas que às vezes nunca damos importância. Hábitos ruins ou pecados. Temperamentos ou atitudes. Coisas aparentemente simples que acabam destruindo uma vida.

Tenho descoberto que me preocupo demais com as coisas grande demais e deixo as coisas pequenas de lado. Acontece que muitas vezes essas "coisinhas" nos colocam em problemas. E que problema!

Sabe, aprendi uma lição. Aprendi não, relembrei. Detalhes são importantes. Um muito obrigado, um por favor. Um sorriso ou uma atenção a mais a alguém. Coisas pequenas, muitas vezes sem importância podem mudar muita coisa.

Tenho tentado dar mais importância a isso. Tentar falar a verdade sempre, cuidar com o que falo, brincar com minha filha, abraçar alguém. Parece pequeno, parece sem importância, mas se não der atenção isso pode me destruir.

Sempre é hora de olhar para o coração e tentar reavaliar meus conceitos de importância. Não é fácil, mas é importante.

Faça isso. Trocamos a borrachinha por outra nova. O carro funcionou. Ilha do bananal, lá vamos nós! Ah, só por acaso comprei uma borrachinha a mais. Só por acaso...